Tuesday, December 12, 2006

Αντίο Atenas

Atenas, 8 de dezembro de 2006.

Querido blog,

Hoje é o meu último dia aqui na Grécia. Foi uma ótima experiência, mas que poderia ter sido igualmente aproveitada em 3 dias de turismo. Mas como o turismo era a última das prioridades desta viagem, fiquei trabalhando hoje até às 16:45. Como o meu vôo saia as 19:15, era tempo suficiente para chegar no aeroporto com 2 horas de antecedência, fazer o check-in, e aproveitar 1:45h de compras (afinal, um dos melhores lugares para comprar bugigangas “chiques” sempre é o aeroporto).

Tudo correu como previsto. O táxi chegou na hora, o transito estava bom, o check-in não tinha fila, em fim, assustadoramente certo. Depois de efetuar o check-in, a atendente da Air France me informa que meu vôo estava 30 minutos atrasado, e por isso, eles iriam me pagar um jantar no aeroporto. Perfeito: comida grátis, e mais tempo para procurar as bugigangas. Coloco meu laptop nas costas, e sigo em direção ao shopping do aeroporto de Atenas. No caminho, passo por uma casa de câmbio, e penso: “que ótima oportunidade de trocar meus dólares por euros!”. Foi muito interessante ver essa idéia surgindo e disputando espaço com outro pensamento que surgiu logo em seguida: “#$%@$!, esqueci meus dólares no hotel!!!”. Não era só o dinheiro, querido blog, mas também vários documentos. A única coisa que eu não tinha esquecido era o passaporte.

Subiu aquele desespero. Mas ai pensei: ok... tenho duas horas para ir no Hilton, ir no meu ex-quarto, abrir o cofre e voltar pra o aeroporto. Vai ser mais do que suficiente.

Saio correndo pra o desembarque e pego um táxi. Durante o trajeto tive aproximadamente 55 minutos pra ficar remoendo a minha falta de atenção. E o maior problema: já tinha perdido metade do tempo, mas ainda não estava na metade da missão.

No Hilton, tentei contagiar os funcionários com o espírito de urgência que tinha tomado conta de mim. Mera ilusão. Foi uma lição de como a boa educação e a etiqueta podem deixar um homem louco. Sempre cheios de “por favor”, “se não for incomodo”, “certamente”...

Mas se você está torcendo pra o Judah se ferrar mais, só pra história ficar mais emocionante, você é um sádico bem sucedido. O desespero da volta era semelhante ao sentimento de “será que vai dar tempo” de uma pessoa quando está a caminho do banheiro. Só que no meu caso, era um trajeto de 45 minutos.

O taxista que eu peguei pra voltar devia estar experimentando um novo coquetel de antidepressivos. Era impressionante o quanto ele estava feliz, tranqüilo e despreocupado. Durante 2 vezes no percurso, o senhor parou o carro para ajeitar o teto solar. Pelo que eu pude perceber, foi um processo realmente complicado. Colocar o teto solar com uma abertura de exatamente 0,8cm é um processo que necessita de, pelo menos, 17 tentativas.

Outro pensamento que não saiu da minha cabeça: se a viagem de ida durou 55 minutos, porque a viagem de volta duraria 30? Quando eu cheguei no aeroporto, o embarque do meu vôo tinha acabado de começar.

Ufa! Cheguei a tempo! Na comparação com o “martírio do banheiro”, era como se eu estivesse na porta. Mas imagine que esse banheiro tinha uma fila de 25 minutos pra entrar!

É inacreditável o que eles estão fazendo nos aeroportos da União Européia. Na inspeção para entrar na sala de embarque, a gente só não fica sem roupa, pq eu acho que eles estão com medo do cheiro que o lugar ia ficar (afinal, banho todo dia parece ser luxo brasileiro). Tive que tirar 2 casacos, mochila, sapatos, cinto. Me senti até meio elogiado quando a moça me perguntou se eu estava levando alguma coisa na cueca. Tive que responder que ali era tudo meu. Depois do tumulto e um significante aumento de auto-estima foi que complicou tudo.

Querido blog, foi emocionante ouvir o meu nome sendo pronunciado no meio do aeroporto de Atenas... no inglês ‘aeropórtico’ uma voz dizia algo que, se traduzido, seria:

Senhor Judah Reis, esta é a última chamada para embarque no vôo AF 1142. Depois, ela repetiu pausadamente: U L T I M A C H A M A D A!!!

Peguei tudo que era meu no raio-X, e saio correndo descalço, sem cinto, segurando na mão o sapato, a mochila, 2 casacos, e a calça (afinal, o cinto tava lá por um motivo). Acho que a equipe da Air France estaria toda rindo de mim, mas o ódio deles era grande demais naquele momento, que superou o meu ridículo.

Pois bem, querido blog. Esse foi o meu dia. Como vingança, a Air France me colocou do lado de um cidadão que precisa reavaliar seus hábitos alimentares, ou passar a comprar 2 cadeiras no avião.

Vou parar por agora pq vai começar o serviço de bordo. Se o meu vizinho fizer com a comida algo semelhante o que ele fez com o pacote de batatas Pringles, acho q estou prestes a presenciar “ao vivo” os 5 primeiros minutos de “O Resgate do Soldado Ryan”.

1 comment:

Anonymous said...

Irmão querido,
como vc pode perceber, fiquei um tempo sumida do seu blog. Motivo? loucuras trabalhisticas!!! Mas... voltei a ativa!
Adorei sua homenagem a mim e meu maridinho... nossas fotos de lua-de-mel realmente ABALARAM de tão linda!!! hehehe...
A homenagem ao kunhado tb ficou legal!! Confesso que na Grécia tudo parece mais charmoso! hehehe..
Então, se despediu da Grécia me grande estilo, hein?!?... se não fosse pelo incrível esquecimento dos doc's no hotel!!! Hihi.. nem acredito que vc perdeu o último jantar de graça em terras gregas!!
Mas... e agora? Como vai Paris? EStá amando tudo e descobrindo que há vida após o trabalho, os taxistas, os alfas e omegas?
Beijos com saudades, thi.