Caderninho de Respostas.

Mais importante do que pensar que se conhece, é reconhecer que você pode estar errado sobre vc mesmo. Descobri várias coisas interessantes sobre mim depois do ultimo post, principalmente baseado em observações das pessoas que me cercam.

• Descobri que esqueço rostos. Simplesmente me esqueci que esquecia rostos. Na verdade, acabei me lembrando que sou um cara esquecido.
• Normalmente sou o último a levantar da mesa, e nunca sou o primeiro a pedir pra ir embora.
• Detesto quando alguém passa como referência "a última esquerda". A gente só percebe que era a última depois que já passou, e ainda fica com a impressão de que foi avisado.
• Sou fã de Alf, o E.T.eimoso.
• Passo horas pensando em um bom nick pra o meu MSN.
• Estou procurando uma parceira de samba (aliás, eu sei que isso não é bem uma característica, mas vou aproveitar a oportunidade).
• Me acho tímido. Sempre achei que era um cara apagado em conversas, mas aparentemente, eu sou meio deslocado as vezes.

Para complementar esse post, vou aproveitar pra responder as perguntas do caderninho da minha irmã (por cardeninho entenda-se um e-mail com título "caderninho").

Sintam-se encorajados a responder por comment ou por e-mail, pois acho muito bom conhecer meus amigos....

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01 - Que horas são?
18:30

02 - Nome?

Judah Barbosa Rodrigues Reis

03 - Quantidade de velas no teu último aniversário?

Duas... uma em formato de 2 e outra em formato de 6.

04 - Tatuagens?

Nenhuma.

06 - Piercings?

Já tive na sobrancelha.

07 - Já foi à África?

Não.

08 - Já ficou bêbado?

Alguns dizem que já aconteceu... eu mesmo, não lembro de nada.

09- Já chorou por alguém?

Muito. E pretendo chorar mais.

10- Já esteve envolvido em algum acidente de carro?

Acidentes corriqueiros.

11 - Peixe ou carne?

Carne.

12 - Música preferida?

Cada semana tem uma. Estou na fase samba, então provavelmente Jorge Aragão.

13- Cerveja ou Champanhe?

Cerveja. Nem se compara.

14 - Metade cheio ou Metade vazio?

Metade cheio. Mas duvido que alguém que veja "Metade vazio" reconhecesse isso.

15 - Lençóis de cama lisos ou estampados?

Lisos.

16 - Filme preferido?

Difícil.... Coração Valente, Perfume de Mulher, Poderoso Chefão I, Moulin Rouge, O Fantasma da Ópera.

17 - Flor(es)?

Aquelas rosas minúsculas que colocam na lapela em casamentos.

18 - Coca-Cola simples ou com gelo?

Gelo e limão. Mas de preferência Nestea Limão.

19- De que pessoa recebeu esse e-mail?

Minha irmã, minha mãe, meu pai.

20 - Quem dos teus amigos vive mais longe?

Minha irmã, meu kulkunhado e meu sobrinho.

21- Melhor amigo(a)?

Em ordem cronológica: João Felipe, Tércio e Américo.

22 - Quem você acha que vai responder a esse e-mail mais rápido?

O anão da dança do quadrado.

23 - Quantas vezes vc deixa o telefone tocar antes de atender?

A quantidade necessária para chegar até ele.

24 - Qual a figura do seu mouse-pad?

Não uso.

25 - Pior sentimento do mundo?

Pena.

27 - O que uma pessoa não pode ter para ficar com você?

Antipatia.

28- Qual o primeiro pensamento ao acordar?
Não é possível... Não pode ser... Já está na hora?!

29- Qual o último pensamento antes de dormir?

Senhor Jesus, obrigado... (normalmente não termino o pensamento e penso nas coisas boas do dia).

30 - Se pudesse ser outra pessoa, quem seria?

O próximo vencedor da Mega-Sena.

31 - O que você nunca tira?
As meias.

32 - O que é que você tem debaixo da cama?

1 caixa de piso flutuante e 1 caixa de porcelanato preto.

33 - Qual a pessoa que talvez não te responda?

A maioria das pessoas que lerem isso.

34 - Quem gostaria que te respondesse?

A maioria das pessoas que lerem isso.

35 - Uma frase:

Uma é pouco... várias:

- A culpa é minha, eu boto em quem eu quiser.

- Urubu na turbina. Não é minha culpa, mas é meu problema.

- É uma cilada, Bino!

- Calma, eu tenho um plano.

- Se vc não sabe quem é o otário do seu trabalho, é pq o otário é vc.

36 - Que dia é hoje?

20/05/2008

37 - Qual livro vc está lendo?

A menina que roubava livros.

38 - Uma saudade:

A comida de Dona Lucília.

39 - Uma característica tua:

Lealdade.

40 - Um sonho:
Viver uma cena como o Tango em Perfume de Mulher...

Sobre quem eu sou...

Tenho facilidade para entender quase tudo, principalmente quando bem explicado. Mas não me peça pra decorar nada. Nisso, eu sou péssimo. Normalmente esqueço o nome das pessoas duas frases depois de ter sido apresentado. E se perguntar outras vezes, o fenômeno permanece acontecendo.

Mas dificilmente esqueço um rosto.

Sou crente. Presbiteriano desde o berço.

Sou consultor em TI, e grande parte do meu trabalho é tentar entender o que diabos isso significa.

Também sou engenheiro de redes, e disso sim, entendo muito menos.

Ex-baterista, atualmente cantor de chuveiro. Faço aula de canto para satisfazer meu narcisismo (e pra tentar encontrar o bendito 'cover belting'). Passo o dia cantarolando, o que normalmente gera muita piadinha.

Adoro samba de gafieira... meu sonho de um encontro perfeito inclui olhares provocantes, conversas agradáveis, e um samba muito bem dançado.

Quando gosto de uma coisa, faço até enjoar. Já tive a fase de baladas, rapel, lutas, counter-strike, malhação, world of warcraft... mas só percebo que é uma fase depois que já passou, então não adianta me perguntar que fase eu estou agora.

Gosto de sushi, temakis, churrasco, carneiro, sorvete de tapioca do saborela, e da 'Hot & Sour Soup' do Sunrise em Norwich, Connecticut. Na verdade gosto de tudo, desde que não tenha coêntro.

Já visitei vários lugares do Brasíl, mas a maioria quando eu ainda era muito pequeno. Já viajei para os EUA, Grécia, França, Romênia e Polônia... e todas as vezes, fiquei louco de saudades de Brasília depois de 2 semanas...

A melhor refeição da minha vida foi um carneiro em um restaurante chamado Orizontes em Atenas... Mas a melhor sobremesa, continua sendo o sorvete de tapioca do saborela.

Troco qualquer balada por uma boa conversa. Principalmente se essa conversa incluir uma dose de desabafo. Adoro ouvir desabafos, sejam eles pra xingar, pra chorar, ou para rir. De preferência pra os três juntos.

Tento fugir do sofrimento com humor. Isso significa que vou fazer várias piadinhas de humor negro quando eu estiver passando por um período difícil. Quem me conhece, sabe... mas nem sempre entende...

Sou apaixonado pelos meus amigos. Companheiros das mais diversas atividades. Baladas, barzinhos, pra chorar, pra sofrer, pra sorrir, pra falar besteira (esses eu tenho muitos), pra ligar 00:30 e falar que preciso de companhia (esses, já são bem raros)... Descobri a pouco tempo que alguns são melhores do que outros dependendo do tema, e ninguém é obrigado a gostar de tudo... mas alguns se superam em vários tópicos...

Já sofri dores que imaginei que não fosse suportar. Vazios que de tão intensos me traziam dor física. Mas foi nesses momentos que eu tive oportunidade de me conhecer... afinal, "mares calmos não fazem bons marinheiros"...

Acho horrível quando o silêncio pesa. Com algumas pessoas o silêncio incomoda. Com outras, é poesia...

As brincadeiras e as conversas são importantes... mas para alguns momentos, importa que a compania seja o suficiente.

É essa pessoa que eu quero ser....
E é dessas pessoas que eu quero me cercar...

'Eu Te Amo' não é 'Bom Dia'...

A primeira vez que eu disse "Te Amo" para uma pessoa, na verdade eu não disse. Isso pode não fazer o menor sentido, mas foi exatamente o que aconteceu. Passei a maior parte da minha adolescência com medo dessa declaração, porque isso pra mim sempre foi um negócio muito sério.

Consegui sobreviver incólume até meus 17 anos. Um dia fui deixar minha namorada em casa, e ficamos namorando na porta. Quando ela se virou para ir embora, segurei sua mão e disse "Tchau". Ela parou... virou.. olhou nos meus olhos sorrindo e disse: "Te amo também". Essa foi a primeira vez que eu percebi que minha dicção não é das melhores, e o como um "Tchau" mal vocalizado pode ser confundido com "Te Amo". E agora?

"Não, não, não! Calma ai... olha só... talvez eu não tenha me expressado direito... 'Tchau' ... Não 'Teaumo'... T C H A U !"

Não... eu não falei isso. Quer dizer... falei constante na minha cabeça, mas a frase nunca saiu da minha boca. Talvez devesse, mas só de pensar no embaraço da situação seguinte, preferi sustentar.

Pense em um homem mal sucedido em uma conversa. Com 5 segundos e 1 palavra, consegui dizer o que não queria, e não dizer o que queria. Não que tenha sido um sofrimento. Gostava muito da minha namorada, e já estávamos juntos a bastante tempo. Mas eu tinha planos para esta frase. Era uma frase de estimação... como um vinho sendo cuidadosamente envelhecido... como o colecionador que não abre a embalagem.

Aliás, acho que poucas frases no mundo são tão complicadas como essa. Eu particularmente acho uma frase meio egoísta. Egoísta porque tira da pessoa a escolha da resposta. Quais são as possíveis respostas para um "Te Amo"?

"Obrigado"... "Te acho 10!"... "Muito boa escolha"...

Não... a única resposta que não vai fazer alguém querer enfiar a cara num saco de pão e desaparecer eternamente é "Eu te amo também".

Mas não para mim... a mesma coisa, a mesma falha vocal que me aprontou essa cilada, me salvará de um "Te Amo" não-desejado pelo resto da vida:

"Te amo!"
"Tchau também! Tchau pra valer! Tchau mais do que tudo nessa vida!!!"

Sobre o que acredito...

Acho que não existe nada tão especial quanto ser presenteado pela vida. Um presente dado pela vida normalmente não deixa mais do que uma lembrança, mas é tudo que precisa ser deixado.

Uma das melhores lembranças que tenho de juventude foi uma caminhada. Em uma tarde despretensiosa no acampamento da Igreja do Planalto no El-Rancho, saímos João Felipe, Vitor, Zieg e eu para fazermos uma trilha. Do lado do refeitório do acampamento passa o rio Corumbá, e por ele seguimos por umas 2 horas, até chegarmos no topo do Salto de Corumbá. O dia estava claro, com algumas nuvens brancas espalhadas, permitindo uma agradável mistura de calor e sombra.

Plenitude é uma boa palavra para explicar o que senti no topo daquela cachoeira, com o barulho da queda d'água, sentado em uma piscina de água fria (simplesmente perfeita depois de uma longa caminhada debaixo do sol e da mata fechada). Não me lembro de algum outro momento em que a vida fizesse tanto sentido. A simples felicidade de existir, e poder estar ali, naquele momento.

Espontaneamente nos juntamos para orar. Não me lembro de quem foi a idéia, e também nunca foi objetivo de nossa trilha, mas foi algo que fez muito sentido. Agradecer o presente. Agradecer por viver aquilo tudo. Simplesmente agradecer.

Descemos a cachoeira, e refizemos o nosso caminho de volta ao acampamento. Era um acampamento religioso como muitos outros que eu já fui, e mesmo assim, uma das minhas maiores experiências espirituais aconteceu no topo da cachoeira. Nenhum pastor, nenhuma pregação, mas definitivamente com a presença de Deus.

Não me entendam errado. Sou presbiteriano, e sempre fui criado na igreja. Vivi nela grandes momentos (alguns muito pouco religiosos), e posso dizer que grande parte do que eu sou devo a ela. Mas se alguém quiser entender qual a minha religião, tente entender aquele momento, no topo do Salto de Corumbá.

Moonwalker Runner

Me desculpem a demora pra escrever, mas esse lance de inspiração é complicado. Passei umas 2 semanas pensando no que eu poderia escrever no meu próximo post, mas nada aparecia. E quando vc resolve criar algo sem estar inspirado, corre o risco de virar mais um capítulo de Zorra Total, Turma do Didi ou 10.000 AC.

Mas de maneira alguma posso deixar de honrar as pérolas que me são oferecidas pela vida.
Por exemplo, no exato momento em que escrevo essa frase, olho pela janela e vejo um rapaz fazendo uma bela caminhada pela rua, mas andando de costas... Não me perguntem o por quê, mas ele já está completando a volta no bloco. Inclusive, por falar nisso.... por quê?

Hoje deve ser um dia de novidades, pq almoçando um Sushi com meu amigo João Felipe, presenciei uma cena memorável. Estamos no Sumo comendo como quem não confia no amanhã e vendo uma performance de um menino de uns 6 anos cantando Yesterday. De repente o menino some. Daqui a pouco começamos a ouvir de fundo uma criança chamando: "Mãe.... Ow mãe... Mãnheeeee...". Estava de costas para o restaurante, mas pude ver a cara do João dizendo: "Perai... peeeeera ai.... aquilo não está acontecendo...". Quando eu viro, o pequeno Paul McCartney está no banheiro, de portas escancaradas, calças arreadas e sentado na privada. Não me lembro bem se foi nessa hora que começou nossa crise de riso, ou se foi quando a mãe percebeu o quanto o menino estava se sentindo em casa, e saiu correndo para o banheiro gritando um "Ai meu Deus!".

A semana passada ainda fui agraciado com três passagens que devem ser documentadas: a primeira certamente é de Júlio Gomes, que em um momento de mais pura sabedoria falou:

Se vc quer acabar com o seu namoro... abrace um Bode...

O Júlio é um cara nordestino e esquisito o suficiente pra eu acreditar que essa frase foi literal. Depois dessa, fui presenteado pelo seguinte diálogo:
- Olá, Judah. Aonde está o seu crachá?
- Pois é... Hoje eu esqueci em casa.
- Então você vai ter que pegar um provisório. Não podemos deixar ninguém entrar sem crachá.
- Tudo bem.
- Você não pode esquecer o crachá.
- Eu sei. Eu deveria estar com ele, mas sem querer, ele ficou em casa. Por isso eu falei que esqueci.
- Mas vc tem que se lembrar de não esquecer o crachá.

Depois dessa dica de me lembrar de não esquecer de lembrar de levar o crachá, nunca mais esqueci de lembrar de lembrar de que não deveria esquecer de levar o crachá.

Pra fechar com chave de ouro, estamos sentados no trabalho sacaneando alguém que usava piercing. Gracinha pra cá, estória pra lá, e nosso amigo William (nome fictício) começa a ficar inquieto. Em um breve momento de silêncio, ele não aguenta a tensão e solta:
- É melhor eu contar antes que vcs descubram...

Obviamente, depois de uma declaração dessas, ele ganhou a atenção de toda sala.
- Bora rapá... começou, agora fala!
- Tá bom... Eu tenho um piercing no mamilo...
- William... pelamordedeus... pra que diabos vc colocou um piercing no mamilo?!
- Ué... a mulherada se amarra!
- William... por favor, me diz que vc não chega em mulheres mostrando o seu mamilo.
- Claro que não... Mas vai dizer que vcs só vão pra festas em que ta todo mundo vestido?

Pausa dramática de quem nunca esperava ouvir essa pergunta...
- SIM! SIM! Todas as festas que eu vou, o pessoal sempre está vestido!

A resposta para mim era tão obvia, que eu demorei uns 3 segundos pra entender que não era uma pegadinha. Mas é bom pra aprender que existem mais versões de festas do que as que eu normalmente frequento.

Pois bem... de agora em diante, vou tentar lembrar de não esquecer de escrever no blog toda semana. Mas caso eu me esqueça, por favor, me lembrem...