Sunday, March 09, 2008

Judah Ewald Filho

Se você assistiu e gostou de "10.000 A.C.", ou se não gosta de saber nada do filme antes de assistir, esse post não é pra você. Digo isso pq estou prestes a 'desembestar' falando mal do filme... O combinado não sai caro...

Vamos começar logo a sessão "Falando Mal, com Judah Reis".

Pra quem não assistiu, mas mesmo assim vai ser curioso o suficiente para continuar lendo, deixa eu passar a sinopse do filme:

Uma tribo em 10.000 AC, formada por pessoas que parecem cursar antropologia na UnB, é atacada por vendedores de escravos e levada para trabalhar no Egito. O mocinho estava curtindo de "sem amigos" do lado de fora da tribo quando isso aconteceu, e depois viaja meio mundo pra salvar o pessoal. Neste meio caminho ele enfrenta mamutes, tigres dente-de-sabre, e papagaios-avestruz-velociraptors. Sim, o bicho era essas três coisas juntas. Ou mais. Dava pra ver que a direção do filme fez um brain-storm para decidir que bicho seria, e não desperdiçaram nenhuma idéia. A tribo do mocinho, junto com outras tribos que foram capturadas no meio do filme, foram trabalhar na construção das pirâmides.

O cara tem que ter muito cuidado com o enredo que envolvem grandes civilizações. O nosso protagonista acaba matando o faraó, destruindo o palácio e libertando todos os escravos do egito. Têm apenas um contra-tempo histórico... Quem diabos terminou de construir as pirâmides???

Outra coisa ridícula é o cara matando o faraó. Com certeza o autor do filme assistiu "300" no dia que escreveu aquela cena. Mas ao contrário de 300, o nosso bob-marley acerta a lança em cheio no faraó, que surpreendentemente ainda cai pra frente (?!) e vai rolando escada a baixo.

Vou pegar mais leve na questão geográfica, pq tenho muito pouco conhecimento nessa área. Mas mesmo assim, algum geógrafo de plantão poderia me falar aonde se localizaria uma tribo que vivia em invernos de neve rigorosa, sai caminhando até a África sem ter que atravessar nenhum rio ou oceano.

Por último, e isso já é uma opinião bem pessoal, acho que existem coisas que não se deve fazer em um filme. Encabeçando a lista do "não faça" está o item "Ressuscitar". O autor tem que resistir a essa tentação. Se morreu, morreu... agora sustenta. Se não tem coragem de sustentar, não mata. Mas matar a menina pra depois 30 segundos ressuscita-la na maior cara de pau, é coisa de covarde.

Acho que toda morte com ressurreição podia ser substituída, sem perdas para o enredo, por um CTRL+Z parando justo antes da pessoa morrer. A única história que não se enquadra nisso é a de Jesus, e isso porque teve que ser escrita por Deus. Estou para ouvir uma outra história com ressurreição que deu certo.

É por essas e outras que eu dou dois polegares para baixo para 10.000 AC. O único bom motivo para assistir o filme, é depois me ligar pra gente falar mal dele.

Some Tea?

Tem horas que ter um blog é fantástico. Um exemplo disto é quanto você pode relatar fatos tão surreais quanto o que aconteceu ontem.

De certa forma ainda é uma homenagem ao meu amigo Rodrigo, que sempre viveu em um mundo diferente do nosso, mas agora vai viver em uma cidade diferente também.

Estou pensando em uma forma de colocar isso em um texto, mas na verdade, precisava ser representado. Então eu vou aproveitar o conselho de minha amiga Thais, e vou escrever um roteiro:

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1o. Ato - É por isso...

Fade in

Noite, uma casa do Rodrigo, com quintal e varanda, final de churrasco. Carlo, Luiz, Daniel, Gabriela e Judah, sentados em uma mesa na varanda da casa. Câmera à cabeceira da mesa, foco nos participantes conversando trivialidades, no fundo a churrasqueira, pessoas tortas dançando funk, e uma fila irritada de pessoas em frente ao banheiro pq alguém se trancou lá.

Sete segundos.

Câmera na outra cabeceira da mesa, deixando em foco Daniel, Gabriela, Judah e de fundo uma cerca com uma porta de entrada para o jardim.

Rodrigo já muito torto de tomar cerveja desde as 10 horas da manhã passa pela porta e para à cabeceira da mesa.

Câmera superior, deixa em foco Rodrigo, Daniel, Gabriela. No fundo a porta de entrada para a casa fechada.

Rodrigo vira-se para Daniel e Gabriela e tenta começar a fase umas duas vezes.

Rodrigo:
"Ow... ... ... Ow!... Mas vocês querem saber pq vcs dois estão namorando?"

Todos se viram para Rodrigo. Alguns segundos para ele se lembrar que ele estava falando:

Rodrigo:
"Ow... eu vou falar pq vc dois estão namorando..."

Neste momento, uma pessoa passa pela mesa e tenta abrir a porta da casa.

Rodrigo:
"Ow!!! Tá louco??? Meu pai e minha mãe estão dormindo maluco... a festa é aqui fora... Onde vc pensa que ta indo???"

Pessoa:
"Po... tava indo la na cozinha.."

Rodrigo:
"Na cozinha??? Fazer o que na cozinha???"

Pessoa:
"Po... sempre tem uns pãezinhos lá... to com fome..."

Rodrigo:
"Ta louco? Tem essa #%$#$% de pãozinho não! Ta maluco!"

Rodrigo se vira pra Daniel e Gabriela:

Rodrigo:
"Ta vendo! É por isso q vcs estão namorando..."

Judah:
"Mas ein?!?!"

Rodrigo:
"É isso mesmo..."

E sai andando em direção ao funk.

Fade out

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Ta vendo?! Isso partiu do mesmo cara que durante uma conversa no Skype com umas 20 pessoas falou:

Rodrigo: "É isso ai... então vamo pra casa de fulano tomar um chá"
Judah: "Ta doido Rodrigo? Ir pra casa dos outros tomar chá? Que chá é esse?!"
Rodrigo: "Não sei... depois q eu tomo o chá, eu nunca me lembro de perguntar"
Judah: ?!?!?!?!

É uma figura...

Rodrigo e Camila.... Deixo aqui o meu abraço e o voto de que tenham muita sorte e felicidade em São Paulo. Não deixem a cidade grande estragar vocês.